Murilo Piatti (PSDB) presta novo depoimento à Comissão de Ética

por Comunicação publicado 16/02/2022 18h05, última modificação 21/02/2022 15h26
A próxima reunião será realizada na sexta-feira, dia 18 de fevereiro, às 9h.

Os membros da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar formada com objetivo de apurar os gastos do vereador Murilo Piatti (PSDB) em viagem a São Paulo, estiveram reunidos na manhã desta quarta-feira (16).

O presidente da Comissão, Thiago Schiming (PSDB); Cirineu Barbosa (PMN), relator e os membros: Cesar Silva (CIDADANIA), Pastor Lilo (DEM) e Rogério de Lima (PP) se encontraram no Plenário Professor Augusto Rangel. Na ocasião, o vereador Ita (CIDADANIA) participou apenas como ouvinte, assim como os assessores dos vereadores Cirineu, Pastor Lilo. O vereador Mauro dos Materiais (PTB) esteve ausente por motivos médicos e, Murilo Piatti (PSDB) compareceu acompanhado de seu advogado, Willian Peter da Silva, e de seu assessor.

O presidente da Comissão, Thiago Schimming abriu a reunião falando sobre entrevista concedida por ele a uma emissora de rádio, na qual foi questionado sobre a demora dos trabalhos da Comissão e se já havia alguma punição prevista para o vereador Murilo. “Eu expliquei e quero deixar claro, que não existe demora. Após o recesso retomamos os trabalhos e estamos finalizando um processo de oitivas e levantamento de informações importantes. Com relação às possíveis punições, eu jamais poderia falar sobre isso, uma vez que esta comissão é formada por membros e tudo aqui deve e será definido em conjunto e votado”, explicou Schimming.

Após a leitura da ata da reunião anterior, realizada em 11 de fevereiro, convidou Murilo para que se sentasse próximo aos parlamentares para que os questionamentos tivessem início.

Questionamentos

O primeiro vereador a fazer perguntas foi o Pastor Lilo. Ele pediu que o vereador apresentasse nota fiscal da compra das cestas e ainda um ofício ou comprovante de entrega das cestas para alguma entidade assistencial.

“Comprei estas cestas básicas junto com outras compras, de modo voluntário e não por determinação judicial ou algo do gênero e como não imaginava que deveria apresenta-la, não guardei a nota da compra. Eu comprei 10 cestas com valor de cerca de R$ 50 reais cada uma. No vídeo eu disse que iria entregar em alguma entidade ou diretamente para a população. Meu assessor irá protocolar a lista com nome e telefone de cada pessoa que recebeu cesta”, explicou Murilo.

Lilo questionou ainda por qual motivo ele não pensou em doar essas cestas para o Fundo Social de Solidariedade. Murilo respondeu que “pensamos que o Fundo Social de Solidariedade já tinha muitas cestas e por isso, decidimos doar para outros munícipes em necessidade”, explicou.

Na sequência, os demais membros da Comissão fizeram seus questionamentos em sua maioria, sobre a postura do vereador e se ninguém ofereceu uma orientação quanto a ilegalidade na doação de cestas.

“No vídeo você diz que assume o erro, então porque aqui, nesta Comissão você nunca disse isso? Você é jovem e eu tenho certeza que toda essa situação tem sido uma tremenda lição para você. Então, porque aqui, você nunca assumiu o erro? Esta sua forma de compensação também foi errada, pois mesmo trabalhosa, deveria seguir os trâmites legais. Isso caracteriza compra de votos porque você está comprando pessoas que serão externamente gratas pela sua doação. Essa compensação foi equivocada, pois caracteriza compra de votos e fere os princípios éticos”, disse Cirineu.

Rogério Lima perguntou se Murilo havia recebido alguma orientação do jurídico da Casa de Leis com relação a essa “compensação de gastos”, pois isso poderia leva-lo a até, perder o seu mandato. “Ninguém orientou sobre como esta doação de cestas básicas poderia até causar a sua cassação? Ninguém orientou sobre esse vídeo falando sobre compensação de gastos?”, perguntou Rogério.

“Eu conversei com o jurídico da Casa, e a Dra. Laudiceia, que me orientou a não fazer nada e esperar que a Câmara me notificasse de alguma forma e determinasse essa devolução de qualquer valor. Mas, nenhum jurídico me orientou sobre a doação. Tudo foi feito sem pensar, no calor do momento”, justificou Piatti que afirmou que estava sendo mal assessorado na ocasião.

Mais respostas

Cesar Silva perguntou a Piatti se ele, depois de tudo, o que ele faria diferente e o que diria para alguém que estivesse no lugar dele. “Hoje, depois de todo o desenrolar dessa situação, eu jamais pediria esse ressarcimento e diria tudo o que me disseram com relação a questão da imoralidade da situação e todas as questões éticas, porém, eu cobraria também a Casa. Como eles liberaram esse ressarcimento para mim? O presidente também errou por ter liberado e ter me reembolsado”, finalizou Murilo.

Com isso, Cesar solicitou aos demais membros que todas as possibilidades fossem avaliadas e que as outras partes citadas pudessem também dar suas versões sobre o caso.

Sendo assim, o presidente da Comissão Thiago Schimming solicitou que constasse em ata que seriam oficiados, ainda na quarta-feira (16), para prestarem esclarecimentos, por escrito, a Procuradora Jurídica da Câmara Municipal, Laudicéia Soares e o chefe do Legislativo, vereador Zelão. A solicitação é que estas respostas cheguem em tempo hábil para que na próxima reunião, marcada para sexta-feira, dia 18 de fevereiro, às 9h, os parlamentares possam analisar as respostas e assim, realizem as últimas discussões antes que a defesa de Murilo Piatti possa apresentar a sua defesa final.