Vereadores cobram secretários sobre fechamento da UPA Infantil, futuro da UTI Neonatal e falta de medicamentos na rede pública
Durante quase três horas de reunião, os vereadores de Votorantim cobraram, nesta terça-feira (2), respostas dos secretários sobre o fechamento da UPA Infantil, a manutenção da UTI Neonatal do Hospital Municipal e a falta de medicamentos nas unidades de saúde. A reunião foi realizada no plenário da Câmara Municipal e contou com a presença dos secretários de Saúde, Robertson Magalhães Jordão (Beto Jordão), de Administração, Claudemir Aparecido Muquem, e de Negócios Jurídicos, Jean Carlos Nunes Oliveira, que responde interinamente pela Secretaria de Finanças.
Os onze parlamentares estiveram presentes e questionaram a transferência dos atendimentos pediátricos para a UPA Central, sem que o Legislativo fosse previamente informado. Os vereadores criticaram a falta de diálogo e consideraram desrespeitosa a ausência de comunicação oficial. Em resposta, o secretário de Saúde alegou que se trata de uma “realocação” e não da paralisação no atendimento, e admitiu falhas na comunicação com o Legislativo.
De acordo com o secretário, a situação financeira na saúde é grave e foi necessário uma série de cortes em contratos, porém, afirmou o compromisso de não fecharem a UTI Neonatal neste ano uma vez que o custo mensal de manutenção é de R$ 550 mil. Diante da cobrança dos parlamentares, o secretário Jean Oliveira admitiu que não há verba assegurada, e a Prefeitura estuda alternativas como locar leitos não utilizados para outras cidades.
E quanto ao funcionamento da UPA Infantil, os secretários garantiram que houve apenas uma realocação do prédio e que as crianças terão atendimento feito por uma equipe pediátrica especializada e em ambiente separado dos adultos 24 horas.
Falta de medicamentos
Outra questão que gerou insatisfação entre os parlamentares foi a falta de medicamentos e insumos nas farmácias municipais e relataram as inúmeras reclamações que têm recebido da população e exigiram explicações. O secretário de Administração, Claudemir Muquem, reconheceu falhas no sistema de compras e informou que o processo precisou ser refeito quatro vezes, o que atrasou a entrega. Apesar do atraso, ele garantiu que os medicamentos devem chegar em até dez dias, após a insistente cobrança de um prazo por parte dos parlamentares.
Transparência e acesso à informação
A dificuldade de acesso a dados no Portal da Transparência também foi pauta. Vereadores apontaram que além do site estar desatualizado, sem todas as informações disponíveis, existe ainda o fato de que o acesso também está mais complicado. Os secretários reconheceram que a falha existe e afirmaram que pretendem corrigir o problema o mais breve possível.
Vereadores defendem respeito ao Legislativo
Durante a reunião, os parlamentares reforçaram que não aceitariam mais ser surpreendidos por decisões da Prefeitura que impactam diretamente a população. “A Câmara precisa ser informada, porque é aqui que chegam as demandas do povo”, destacou um dos vereadores. A cobrança pela retomada do diálogo e pelo respeito ao papel fiscalizador do Legislativo marcou o tom do encontro.